Tribunais debatem no CNJ como tratar ações de repercussão geral

25 maio 2017

Membros de tribunais de Justiça de todo o país se reuniram ontem no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília, para discutir como lidar com as ações de repercussão geral. O instrumento foi criado em 2004 para transformar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre determinados processos em uma resposta única da Justiça para milhares de causas idênticas.

O déficit de pessoal para lidar com o tema em muitos tribunais, no entanto, foi apontado pelos juízes e servidores da Justiça Estadual presentes à reunião como principal empecilho para a efetividade do instituto da repercussão geral.

Criado para tornar a Justiça mais célere, a repercussão geral leva o STF a decidir, por meio do julgamento de um único processo, qual posicionamento os tribunais de instâncias inferiores devem adotar ao julgar causas idênticas àquela (leading case) julgada pelo Supremo. Esses casos são escolhidos por terem reconhecida relevância econômica, política, social ou jurídica, além de guardar semelhança com um grande número de ações que tramitam em instâncias inferiores. A concessão de medicamentos reclamada em ações públicas, por exemplo, predomina entre os temas dos recursos parados na Justiça de Pernambuco, enquanto a contratação de pessoal para o setor público concentra 70% das ações sobrestadas no Judiciário acreano, à espera de decisão do Supremo Tribunal Federal

Embora eficiente na teoria, a repercussão geral ainda não produziu impacto na quantidade de processos em andamento na Justiça – cerca de 73,9 milhões de processos aguardavam solução da Justiça ao final de 2015, de acordo com os dados mais recentes. Muitos deles (935 mil, no último dia 27 de abril, de acordo com estatísticas do STF) estão com a movimentação suspensa até que o Supremo tome uma decisão a respeito.

O encontro de terça-feira (23/5) serviu para buscar quais motivos explicam a falta de efetividade do mecanismo e formas de o CNJ e o STF auxiliarem os tribunais a dar vazão a mais demandas da sociedade, especialmente aos processos sobrestados após julgamento no Supremo Tribunal Federal.

Pessoal

Na reunião, os representantes dos tribunais de Justiça reclamaram de pouco efetivo para dar conta da missão, que envolve identificar quais processos no tribunal são abrangidos pelas decisões de repercussão geral, informar os juízes a respeito e conferir a posterior aplicação do entendimento da Suprema Corte, entre outras tarefas. Embora o advento da repercussão geral date de 2004, quando da publicação da Emenda Constitucional n. 45, que seria regulamentada pelo Conselho Nacional de Justiça em 2016, a repercussão geral ganhou um setor próprio na Justiça do Maranhão há duas semanas, com a lotação de apenas um servidor. A carência de quadros é um problema também dos tribunais de Alagoas (TJAL), Minas Gerais (TJMG), Pernambuco (TJPE) e Rio Grande do Norte (TJRN).

Precisão

“Reforço a importância da catalogação correta do processo, com o cuidadoso preenchimento de informações sobre cada ação nos tribunais. Temos de ser capazes de identificar quais processos serão afetados por julgamentos de repercussão geral, especialmente agora em momento de restrição orçamentária, pois o andamento de processos gera elevados gastos para a Justiça”, disse o secretário-geral do CNJ, Júlio Andrade.

Soluções

Alguns tribunais revelaram estratégias próprias para contornar o problema. No Tribunal de Justiça de Roraima, o cadastramento não cabe mais aos juízes ou a seus subordinados, e sim ao Núcleo de Gerenciamento de Precedentes (NUGEP) local. No Tribunal de Justiça do Maranhão, uma gratificação é paga aos servidores para estimulá-los a preencher corretamente os cadastros.

O acervo gerado pelos sobrestamento de processos de repercussão geral reflete nas finanças da Justiça. O TJMG gasta milhares de reais anualmente para manter em galpões alugados seus processos suspensos, de acordo com seu representante, desembargador Afrânio Vilela. No Judiciário do Paraná, uma empresa de logística teve de ser contratada para separar, nos depósitos do tribunal, quais processos estão sujeitos ao alcance da repercussão geral dentre um acervo de 26 mil ações em papel, de acordo com o juiz do TJ do Paraná, Victor Martim.

Fonte: site CNJ. Link http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/84831-tribunais-debatem-no-cnj-como-tratar-acoes-de-repercussao-geral

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Georgia Campello entrega prêmio ao deputado e relator do novo CPC, Paulo Teixeira

20 maio 2017
Georgia Campello entrega prêmio ao deputado e relator do novo CPC, Paulo Teixeira

Georgia Campello, procuradora municipal de Salvador (BA), vice-presidente da Comissão Nacional da Advocacia Pública junto ao Conselho Federal da OAB, e ex-presidente da ANPM, entregou na manhã/tarde dessa sexta-feira (19), ao deputado e relator do projeto do novo CPC, Paulo Teixeira, o prêmio “Raymundo Faoro”, homenagem dada a quem contribui para o fortalecimento e aperfeiçoamento da Advocacia Pública. Carlos Mourão, presidente da ANPM, foi responsável pela abertura da evento.

Fonte: site ANPM. Link https://www.anpm.com.br/?go=publicacoes&bin=noticias&id=1855&title=georgia-campello-entrega-premio-ao-deputado-e-relator-do-novo-cpc-paulo-teixeira-

Associações defendem derrubada de veto a redistribuição de ISS para municípios

16 maio 2017

Pauta de reivindicações de prefeituras para sair da crise foi apresentada nesta segunda-feira em comissão geral, no Plenário da Câmara

Prefeitos e associações municipais apresentaram, nesta segunda-feira (15), ao Congresso Nacional pauta de reivindicações para neutralizar a atual crise financeira. O tema foi discutido em comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados, às vésperas da 20ª Marcha de Prefeitos, que ocorre amanhã em Brasília.

A derrubada do veto à proposta que reforma a cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS) foi o principal pedido de prefeitos e parlamentares presentes no debate. O presidente da República, Michel Temer, sancionou a Lei Complementar 157/16, trazendo mudanças no ISS, mas vetou o artigo que aumentava a arrecadação municipal.
O projeto original permitia que a incidência tributária sobre operações financeiras (cartão de crédito, débito e leasing) ocorresse nas cidades onde os serviços fossem prestados, e não na sede das operadoras de cartão de crédito e bancos.

A estimativa é que os municípios deixaram de arrecadar R$ 6 bilhões com o veto, montante que seria usado para equilibrar a relação entre dívida/receita dos municípios.

O deputado Herculano Passos (PSD-SP) concordou que essa verba pode ser uma ajuda extra aos municípios. “Estamos mobilizando os deputados para que a gente derrube esse veto, até porque vai ser um dinheiro novo, que será redistribuído”, afirmou.

Para o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), que sugeriu a reunião, o veto à lei foi um “grande equívoco”. “É justo que esses recursos fiquem onde acontece o fato gerador, até porque o Código Tributário Nacional (CTN) diz que o recurso do tributo deve ficar no local, mas um lobby forte de alguns municípios de São Paulo tem impedido que esse imposto seja recolhido para os municípios”, argumentou.

Falando em nome da liderança do PDT, o deputado Weverton Rocha (MA), classificou a possível derrubada do veto como um “alívio” para os prefeitos. Segundo ele, até o início de janeiro deste ano, 62 municípios haviam decretado estado de calamidade financeira – uma média de cidades cidades por dia.

Custos
Os representantes municipais cobraram mais atenção do Congresso às prefeituras. “Quando forem votar uma matéria que vai gerar custos aos gestores municipais, vamos consultar os prefeitos, que são lideranças que estão enfrentando dificuldades de toda ordem”, solicitou aos parlamentares o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FMAURS), Luciano Pinto da Silva.

“São vários prefeitos querendo renunciar a seus mandatos porque não estão dando conta da alta carga de atributos”, reclamou o presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM/TOV), Jairo Soares Mariano.

Queda nas transferências
Os debatedores foram unânimes em atribuir a dificuldade em ajustar as contas ao excessivo grau de dependência dos municípios em relação às transferências da União pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Com a queda desses repasses, os prefeitos passam a cobrar novas formas de compensação.

Cerca de 60% dos municípios paraibanos não têm recursos próprios para investir, assinalou o presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (FAMUP/PB), José Vasconcelos. “É um esgoto que precisa ser consertado, um posto médico que precisa ser construído, uma escola que precisa ser reformada, mas o município não tem dinheiro”, reforçou.

Por sua vez, o presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (FAMEM), Tema Carvalho Cunha, reclamou da desigualdade nas transferências, sobretudo para atendimento à saúde. “Maranhão, Pará e Amazonas recebem cerca de R$ 150 por habitante ano, enquanto outros estados estão em torno de R$ 240. Qual o critério de distribuição desses repasses?”, indagou.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em discurso lido aos presentes pelo deputado Hildo Rocha, afirmou “ não restar dúvidas de que a crise atinge com maior gravidade os municípios mais pobres do país”, mas “que seria um erro concluir que apenas esses são afetados”. Maia observou que, nos primeiros 5 meses de 2016, os repasses da União ao FPM somaram R$ 29 bilhões – valor que, corrigido pela inflação, representa recuo de 10%.

Lei Kandir
O presidente da Associação Matogrossense de Municípios (AMM), Neurilan Fraga, cobrou a inclusão do Senado Federal no debate sobre a Lei Kandir (Lei Complementar 87/96), que isenta de ICMS as exportações de produtos primários. Segundo ele, a legislação em vigor penaliza o cidadão, principalmente nos estados agricultores

“Só no ano passado, os municípios do Mato Grosso deixaram de arrecadar cerca de R$ 1,3 bilhão, e o governo federal fez uma compensação de apenas R$95 milhões”, ressaltou. O assunto atualmente é discutido em comissão especial na Câmara (Projeto de Lei Complementar 221/98 e apensados).

Fonte: Agência Câmara de Notícias. Link http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ADMINISTRACAO-PUBLICA/534608-ASSOCIACOES-DEFENDEM-DERRUBADA-DE-VETO-A-REDISTRIBUICAO-DE-ISS-PARA-MUNICIPIOS.html

Inscrições para Prêmio Innovare encerram dia 15

10 maio 2017

Os procuradores do município têm até a próxima segunda, 15, para inscrever práticas bem sucedidas no Prêmio Innovare 2017. A premiação tem como objetivo identificar, divulgar e difundir práticas que contribuam para o aprimoramento da Justiça no Brasil.

As práticas podem ser inscritas individualmente ou em grupo. O regulamento do prêmio define “práticas” como atividades inovadoras, criativas e com resultados comprovados, criadas e executadas por magistrados, membros do Ministério Público, defensores públicos, advogados e pessoas da sociedade civil, com o objetivo de aumentar a qualidade dos serviços jurisdicionais.

Cinco categorias serão contempladas. Entre elas, a “Advocacia”, que contemplará iniciativas de advogados públicos ou privados que se destaquem pela criação, planejamento, implementação e execução de práticas no âmbito das instituições da advocacia pública, escritórios privados e escritórios modelos de universidades.

As inscrições podem ser feitas por meio do site http://www.premioinnovare.com.br.

Fonte: site Prêmio Innovare/ Link http://www.premioinnovare.com.br/inscricoes

 

Almoço de comemoração aos 40 anos da APMS.
Fotos: Edson Ruiz

APMS comemora 40 anos em almoço com a classe

08 maio 2017
APMS comemora 40 anos em almoço com a classe
Almoço de comemoração aos 40 anos da APMS. Fotos: Edson Ruiz

Fotos: Edson Ruiz

Os procuradores municipais de Salvador se reuniram na última sexta-feira, 5, no Restaurante Veleiro, para comemorar os 40 anos de fundação da Associação dos Procuradores do Município do Salvador (APMS) em um almoço festivo. O encontro da classe foi regado à comemoração, interação e momentos de descontração e alegria.

Para a presidente da entidade, Lisiane Guimarães, a data-marco é de grande importância. “Toda associação tem por natureza o movimento de lutar para preservar e conquistar os direitos da classe, buscando sua valorização. É por tudo isso que estamos aqui: para celebrar o que há 40 anos uniu homens e mulheres dedicados à defesa do município do Salvador. Que sejamos persistentes em nossos objetivos e fortes para enfrentar os desafios, sempre na busca por uma categoria valorizada e fortalecida”, pontuou ela à ocasião.

Almoço de confraternização e comemoração aos 40 anos da Associação dos Procuradores do Municipio de Salvador, realizado no restaurante do Yatch Clube da Bahia, nesta sexta feira, 05/05/2017. foto: Edson Ruiz

A APMS foi fundada em 06 de maio de 1977, tendo como seu primeiro presidente o procurador Carlos Alberto Casaes de Souza. Foi criada para lutar pelos direitos dos procuradores e com o objetivo de acabar com a disparidade existente no Executivo municipal à época, em que era possível observar a existência de assistentes judiciários e procuradores, ambos com atribuições semelhantes. A APMS reúne atualmente 122 associados.

O momento de comemoração também foi celebrado pelo diretor social da entidade, Eduardo Hassan, que reforçou a importância da associação nestes 40 anos. “Este momento é muito especial para todos nós. Há 40 anos nossa associação foi criada como fruto de um desejo da classe em se firmar enquanto advogados públicos. Não existe história sem memória e precisamos preservar estes momentos bem vivos em nossa trajetória, pois eles nos inspiram a prosseguir. Obrigado a todos os procuradores que abraçam a nossa associação”, agradeceu.

Almoço de confraternização e comemoração aos 40 anos da Associação dos Procuradores do Municipio de Salvador, realizado no restaurante do Yatch Clube da Bahia, nesta sexta feira, 05/05/2017. foto: Edson Ruiz

Almoço de confraternização e comemoração aos 40 anos da Associação dos Procuradores do Municipio de Salvador, realizado no restaurante do Yatch Clube da Bahia, nesta sexta feira, 05/05/2017. foto: Edson Ruiz

Confira aqui a galeria de fotos completa do almoço comemorativo!

Inscrições para XIV Congresso Brasileiro de Procuradores Municipais estão abertas

04 maio 2017

As inscrições para o XIV Congresso Brasileiro de Procuradores Municipais, que será realizado entre os dias 21 a 24 de novembro, em Curitiba (PR), já estão abertas no site da Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM). Na programação do evento estão previstas conferências, debates em grupos de trabalhos, palestras, aprovação de Enunciados, workshop e Assembleia Geral da ANPM. Em paralelo a isso também serão realizadas atividades culturais. Clique aqui para saber mais sobre a programação e como se inscrever.

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APMS comemora 40 anos com campanha informativa e almoço festivo

02 maio 2017
APMS comemora 40 anos com campanha informativa e almoço festivo

Uma campanha informativa sobre o papel e a importância da atuação do procurador do município será lançada este mês como parte das comemorações dos 40 anos da Associação dos Procuradores do Município de Salvador.

Por meio de cards ilustrativos e matérias de serviço, a serem publicados nos veículos institucionais da entidade, a intenção da ação é esclarecer o público sobre o que faz este profissional e de que forma contribui para o zelo do patrimônio público e da gestão municipal. A partir de um slogan central e selo alusivos aos 40 anos da associação, frases explicativas serão publicizadas enfocando a atuação do procurador na preservação do patrimônio público, na formulação das leis, no aconselhamento dos atos públicos, na preservação do meio ambiente da cidade, etc.

Além disso, um almoço festivo, com os procuradores do município, estará celebrando a ocasião no dia 5 de maio próximo, no restaurante Veleiro do Yatch Clube da Bahia, a partir das 12h. “É momento de celebrarmos toda uma trajetória que valoriza a carreira do procurador como agente público de fundamental importância para a administração pública. Há 40 anos nossa associação foi criada como fruto de um desejo da classe em se firmar como advogados públicos. Importante que toda a população entenda o nosso papel e como ele é benéfico para proteger o patrimônio público”, disse Lisiane Guimarães, presidente da APMS.

A APMS foi fundada em 06 de maio de 1977, tendo como seu primeiro presidente o procurador Carlos Alberto Casaes de Souza. Foi criada para lutar pelos direitos dos procuradores e com o objetivo de acabar com a disparidade existente no Executivo municipal à época, em que era possível observar a existência de assistentes judiciários e procuradores, ambos com atribuições semelhantes. É uma pessoa jurídica de direito privado, uma sociedade civil de duração indeterminada, sem fins lucrativos, número ilimitado de sócios, que reúne atualmente 122 associados.

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Candidatas que se declararam afrodescendentes em concurso têm pedido negado

27 abr 2017

Com a decisão de desembargadores do TJ-BA, as candidatas não vão se candidatar pelo sistema de cotas

O colegiado de desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) deferiu parcialmente, em julgamento na tarde desta quinta-feira (27), dois dos três mandados de segurança de candidatos que se autodeclararam afrodescendentes no concurso para Procurador Geral do Município de Salvador.

Com a decisão do plenário, Catarina Coelho Velloso e Maíra Mutti Araújo, candidatas que entraram com mandado de segurança para provar que são pretas ou pardas, não vão concorrer aos cargos pelo sistema de cotas. Elas passam a disputar agora em ampla concorrência. A defesa vai recorrer o resultado. O julgamento já havia sido cancelado no dia 23 de abril, depois do desembargador Jatahy Fonseca pedir vistas do processo.

Segundo a advogada de defesa das candidatas, Vivian Vasconcelos, ambas possuem documentos que comprovam que são pardas. De acordo com Vivian, Maíra chegou a ter a autodeclaração confirmada após o envio de uma fotografia, mas que a decisão mudou após a averiguação da comissão.

“Uma das candidatas que se autodeclarou parda e concorreu no rol dos cotistas, além de ser visivelmente parda, possui documentos oficiais que atesta tais condições, a exemplo de certidão de nascimento e a certidão do Instituto Pedro Mello”, conta ela.

Segundo a advogada de defesa, o edital do concurso previa que o único critério seria autodeclaração. Ou seja, bastava se autodeclarar como preto ou pardo parar concorrer no rol dos cotistas. “Posteriormente, foi implantado um outro critério: os candidatos deveriam enviar uma foto e responder um questionamento como  perguntas como ‘O senhor já foi descriminado por sua cor?’. Essa foto seria avaliada por um banca anônima, em que nenhum avaliador era pardo”, completa.

Entenda
Eliminados de concurso público após averiguação presencial, as candidatas ao cargo de procurador do município de Salvador entraram com mandado de segurança para provar que são pretas ou pardas e foram a julgamento.

O edital nº 01 de 18 de agosto de 2015 previa 30% das vagas do concurso reservadas para candidatos afrodescendentes, e que se autodeclarassem pretos ou pardos. As normas previam ainda que a autodeclaração poderia ser submetida a uma posterior verificação e previa a eliminação do concorrente caso fosse detectada falsidade nessa declaração.

Após várias denúncias de fraudes em concursos municipais, a prefeitura de Salvador montou, em junho de 2016, uma comissão para verificar as informações prestadas pelos concorrentes e oito dos candidatos acabaram desclassificados. “Eu e alguns colegas, que também concorreram ao concurso, percebemos que muitos candidatos brancos se declaravam negros. Procuramos o Ministério Público e a decisão do órgão foi fazer uma recomendação para prefeitura municipal montar uma comissão para analisar esses casos. Essa banca é composta por figuras dos movimentos negros que julgam os fenótipos dos concorrentes”, explica Hilton Sacramento, funcionário público que entrou com uma ação no MP-BA depois de verificar fraudes em concursos municipais.

Catarina Coelho Velloso – uma das eliminadas – foi chamada de “a usurpadora” por integrantes de movimentos negros. Também desclassificada, Maíra Mutti registrou seu protesto nas redes sociais. “Uma banca racial instituída pelo município do Salvador para o concurso público de procurador negou o meu direito de me autorreconhecer como parda”, disse.

A professora do Instituto Federal da Bahia (IFBA) e estudiosa de bancas de avaliação de autodeclarações quanto à cor da pele, Marcilene Garcia, afirma que cerca 40% dos candidatos socialmente brancos se autodeclaram negros. “Isso vem acontecendo em concursos públicos municipais, estaduais e até federais. Esses brancos acabam se utilizando dessas cotas raciais destinadas para população negra, sobretudo em concursos de alta concorrência e melhor remuneração. O que eu tenho percebido é que onde há a presença da comissão o número de brancos que se beneficiam dessas cotas cai consideravelmente”, explica.

A decisão do TJ-BA foi comemorada pelo movimento negro presente na sessão com uma salva de palmas. Os militantes, após o anúncio da análise do processo, tiraram uma foto em frente ao TJ-BA com os punho erguidos.

Fonte: Correio 24 Horas. Link http://www.correio24horas.com.br/detalhe/salvador/noticia/candidatas-que-se-autodeclararam-afrodescendentes-em-concurso-tem-pedido-negado-e-nao-vao-concorrer-pelo-sistema-de-cotas/?cHash=3d1f1ff9e25241ca89019091e93eb48f

CNJ analisa viabilidade da calculadora da correção monetária

26 abr 2017

O Departamento de Tecnologia da Informação do Conselho Nacional de Justiça (DTI/CNJ) analisa a viabilidade técnica de uma ferramenta virtual para calcular a correção monetária de valores cobrados na Justiça, a partir de uma única tabela. Ao padronizar os diferentes índices de correção monetária hoje utilizados pelos tribunais de Justiça, a calculadora daria mais celeridade à tramitação dos processos na fase de execução. É nessa etapa que muitos processos se encontram paralisados, muitas vezes em função de divergências em relação ao índice de atualização que deve ser adotado no cálculo dos débitos.

Segundo o anuário estatístico Justiça em Números 2016, a fase de execução de um processo dura quase três vezes mais que a fase de conhecimento, na qual se colhem provas e o juiz dá a sentença sobre o caso. A execução serve apenas para concretizar o direito concedido na decisão judicial. No entanto, essa etapa dura 4,3 anos enquanto o conhecimento dura 1,5 ano, em média, na Justiça brasileira. “Quando o juiz dá sua sentença, o cidadão pensa que acabou seu processo, após uma via crúcis muitas vezes, mas ela está apenas começando, pois a execução no Brasil demora mais que o conhecimento. O cálculo da correção era para ser uma etapa mecânica na execução, não polêmica”, afirmou Norberto Campelo, conselheiro que solicitou o parecer técnico sobre a calculadora da correção monetária.

Ex-presidente da Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas, Campelo coordena grupo de especialistas que elaborou uma tabela com percentuais de atualização financeira conforme as decisões tomadas a respeito do tema pelos tribunais superiores, Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ). A tabela vai subsidiar a calculadora, que servirá para atualizar valores devidos em ações judiciais ajuizadas em decorrência de planos econômicos que o governo brasileiro instituiu, sobretudo no período entre 1989 e 1994. De acordo com o projeto, a calculadora ficaria disponível no Portal do CNJ.

Enquanto o Departamento de Tecnologia da Informação estuda a viabilidade técnica de implantar a calculadora no Portal do CNJ, conselheiros analisam a tabela de cálculo. A ideia é transformar as duas ferramentas em uma Recomendação do Conselho aos tribunais da Justiça Estadual. Antes disso, a proposta deverá passar pelo crivo dos conselheiros que integram a Comissão Permanente de Tecnologia da Informação e Infraestrutura, a quem foi apresentado o projeto da tabela no início de abril, e pela aprovação da Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas, que tem reunião marcada para 17 de maio.

Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias

Fonte: site CNJ. Link http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/84678-cnj-analisa-viabilidade-da-calculadora-da-correcao-monetaria

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APMS presente em solenidade dos 85 anos da OAB-BA

20 abr 2017
APMS presente em solenidade dos 85 anos da OAB-BA

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Uma solenidade festiva marcou na noite de ontem, quarta, 19, a comemoração dos 85 anos de fundação da Ordem dos Advogados do Brasil. Autoridades, personalidades do mundo jurídico e da sociedade baiana, lideranças da advocacia e de entidades do sistema de Justiça participaram da cerimônia, no Sheraton Hotel da Bahia.

Homenagens foram concedidas e um vídeo exibido relatando a história da fundação da OAB-BA e marcos de sua trajetória. Além do presidente da Ordem, Luiz Viana, proferiram discursos o ex-presidente da instituição, professor Thomas Bacellar e o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia.

A presidente da APMS, Lisiane Guimarães, esteve presente e compôs a mesa solene. Outros procuradores do município também prestigiaram a solenidade. “Nós, procuradores do município, fazemos parte da história da OAB.Compartilhamos os avanços, as conquistas, os desafios de uma classe que tem uma missão importante no exercício do Direito e para a sociedade. A trajetória da carreira está ligada à da Ordem e muito nos honra fazer parte dessa celebração”, disse Lisiane.

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