25 jul 2024
Mais de 1,4 mil pessoas estiveram acompanhando a IV Conferência Estadual da Mulher Advogada, marcada por debates em áreas diversas por meio de painéis distribuídos em três salas simultâneas. Os dados foram divulgados pela OAB-BA sobre o evento, que teve como propósito provocar reflexão e tratar sobre projetos que discutissem caminhos de transformação do mundo, inspirados na pluralidade feminina.
A presidenta da APMS, Maria Amélia Machado, proferiu palestra no painel “A Constituição Federal e a participação feminina na construção do Estado Democrático de Direito”. Apresentou um quadro com marcos das conquistas femininas ao longo dos tempos que colaboraram com a democracia, mas apontou dados que mostraram que ainda há muito a se caminhar e espaço a se ocupar.
“Somos muitas, mas não somos nós. Acredito em conexões. Precisamos de mulheres em causas coletivas”, disse Amélia ao descrever a “Teoria do brilho”: mulheres que apoiam outras mulheres têm muito mais sucesso. A presidenta da APMS deu exemplos concretos de caminhos para isso, como, por exemplo, nas eleições, buscar uma representante feminina para votar.
A presidenta da ANPM e procuradora de Salvador, Lilian Azevedo, também integrou painel como palestrante, abordando o tema “Controle preventivo das procuradorias como ferramenta na promoção da igualdade de gênero e raça” no painel sobre direitos e prerrogativas da mulher advogada.
Segundo Lilian, é preciso uma consciência humana que precisa tirar a venda dos olhos para esse cruzamento de gênero e raça, que é uma obrigação de todos e todas. A presidenta da ANPM falou sobre a atuação da Procuradoria Adjunta de Gênero e Raça, que já vem recebendo processos e foi criada este ano com o objetivo de propor medidas que combatam o racismo, o machismo e a misoginia presentes nas situações que envolvem o dia a dia da advocacia, bem como aguçar o olhar nos casos que já estão em acompanhamento pelo órgão.
A procuradora de Salvador, Daniela Bonfim, presidiu a mesa do painel “Liderança feminina no Direito”.Muitos procuradores e procuradoras de Salvador prestigiaram a programação, inclusive diretores da APMS, como Tamara Freire, diretora cultural, e André Freire, diretor social.
👉🏿JULHO DAS NEGRAS – Um destaque foi o Prêmio Tereza Benguela, que, em sua 3ª edição, homenageou Lilian Azevedo como uma das 20 mulheres do fim do mundo, dentro do tema do Julho das Negras.
A honraria foi entregue na sequência da palestra magna da procuradora federal e professora Chiara Ramos, que abordou a importância de buscar a essência feminina, na ancestralidade, para fortalecer o caminho. “Precisamos escolher o amor para se ir contra o sistema de hoje”.
“Este momento marca nosso compromisso com a luta antirracista. Precisamos abraçar e promover todo dia a transformação. Não é dia de celebrar, mas de se fortalecer para a luta”, disse a presidenta da OAB-BA, Daniela Borges.
Promovida pela OAB da Bahia a cada três anos, a Conferência Estadual da Mulher Advogada surgiu como parte do plano de política de valorização da advocacia feminina na Bahia. Esse ano, a palestra magna foi proferida pela ministra Carmen Lúcia, na abertura, que teve a presença da presidenta da ANPM e procuradora de Salvador, Lilian Azevedo, na mesa solene. A APMS foi uma das instituições apoiadoras do evento.
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